quarta-feira, 1 de maio de 2013

Evolução tecnológica e o contexto escolar


A tecnologia vem evoluindo desde a criação das primeiras expressões escritas e figurativas e desde então vem passando por algum tipo de resistência, pois a humanidade foi inventando e se apropriando das tecnologias e isso vem acarretando mudanças no cotidiano dos indivíduos, uma vez que todo avanço tecnológico é criado para facilitar a realização das práticas diárias dando origem a novas possibilidades de ações.
É incontestável que todas as mudanças na tecnologia de suporte e a popularização do uso da escrita também se devem às mudanças que ocorreram nas normas linguísticas, as quais foram adequando de forma cada vez mais eficiente a linguagem às possibilidades e limites dos novos meios de comunicação.
Desse modo, tendo a escola a função de aprimorar o educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico (LDB 9394/96 –Art.35, inciso III), a ferramenta tecnológica se tornou um instrumento importante no contexto escolar, quando articulada a uma prática formativa que leva em conta os saberes trazidos pelo aprendiz, procurando juntá-los aos conhecimentos escolares.
Nesta perspectiva a cultura da imposição, arraigada nas práticas de ensino tradicionais, dificulta a inserção da tecnologia em salas de aula criando uma barreira nas aprendizagens das novas tecnologias cominucacionais. Na verdade, a inserção das TICs no ambiente educacional, depende da formação do professor em uma perspectiva que procure desenvolver uma proposta que permita transformar o processo de ensino em algo dinâmico e desafiador com o suporte das tecnologias. Não se trata apenas de adaptar o modelo da escola tradicional aos novos equipamentos.
Um questionário aplicado a alunos da 7ª série/8° ano de uma escola estadual comprova o quanto a tecnologia está presente na vida dos adolescentes e precisa ser explorada no âmbito educacional. Propositalmente a pesquisa foi realizada em uma sala cujos alunos possuem um poder aquisitivo menor e surpreendentemente dos 22 jovens que responderam ao questionário, apenas três não possuem aparelho celular. A maioria deles possui computador em casa, embora poucos tenham acesso à internet.
Todos os alunos que responderam ao questionário disseram que usam a internet para realizarem pesquisas escolares. As redes sociais, as ferramentas de busca e o MSN foram os itens que ficaram em segundo lugar. Esses resultados revelam que embora nem todos possuam computador em casa e dos que possuem a maioria não tem acesso à internet, além da cidade não possuir lan houses, todos os discentes tem acesso à tecnologia digital e a internet, sendo que os meios mais comuns de utilizarem o computador e/ou a internet é em uma sala na biblioteca municipal e na SAI da escola.
O ensino, atualmente, está voltado para a realidade prática, que enfatiza sobretudo textos que circulam na vida cotidiana dos indivíduos envolvidos no processo. Em uma sala como a que foi aplicada o questionário seria possível desenvolver um trabalho de pesquisa com propagandas veiculadas na internet, explorando textos prescritivo/injuntivos que faz parte do conteúdo programático para a série, além de trabalhar com os verbos no modo imperativo.
Analisar as propagandas disponibilizadas na internet possibilita, ao aluno, um olhar mais amplo a respeito dos recursos semióticos que contemplam este tipo de texto, a compreensão dos objetivos das propagandas fica mais perceptível, entre outras características. Além disso, no computador os alunos podem criar suas próprias propagandas utilizando recursos digitais e semióticos o que facilita para o estudante entender a estrutura desse gênero.
A internet, de modo geral, possibilita o trabalho com gêneros digitais (chat, blog, home Page, fórum de discussão, hipertexto, correio eletrônico, hipermídia) proporcionando um caminho amplo na exploração da oralidade e da escrita desenvolvendo a linguagem em diferentes situações de interação.
De acordo com a OCNEM (2008, p.28) “a abordagem do letramento deve considerar as práticas de linguagem que envolve a palavra escrita e/ou diferentes sistemas semióticos- seja em contextos escolares seja em contextos não escolares- prevendo assim, diferentes níveis e tipos de habilidades, bem, como diferentes formas de interação e, consequentemente, pressupondo as implicações ideológicas daí decorrentes”.
Cabe aos docentes trabalhar valores e ampliar a visão entre o certo e o errado, o adequado e o inadequado para que os alunos interajam com a mídia de forma crítica e com a precaução de não ser dominado por ela. È preciso tornar o discente capaz de aprender buscar, classificar e selecionar informações, desenvolvendo competências e habilidades a partir da tecnologia fundamentando seu conhecimento acadêmico, não simplesmente um trabalho, mas no seu cotidiano escolar e social.



Referências Bibliográficas
BRAGA. D; BUZATO.M. Multiletramentos, linguagens e mídias. Tecnologias e práticas comunicativas/ Processos de naturalização das tecnologias: o caso da escrita alfabética. Campinas, SP: UNICAMP, 2012. Material digital para AVA do curso de Especialização em Língua Portuguesa REDEFOR/UNICAMP.

BRAGA. D; BUZATO.M. Multiletramentos, linguagens e mídias. Tecnologias e práticas comunicativas/ Das paredes das cavernas ao monitor. Campinas, SP: UNICAMP, 2012. Material digital para AVA do curso de Especialização em Língua Portuguesa REDEFOR/UNICAMP.

BRASIL. Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio - Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Brasília, DF: MEC/SEB, 2006.

BRASIL. República Federativa do Brasil. Lei n° 9.394: Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, 1996.

Um comentário:

  1. Olá Flaviana, seja bem vinda no mundo dos blogueiros!!! Parabéns pela iniciativa
    Professor Alexandre

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