A tecnologia vem
evoluindo desde a criação das primeiras expressões escritas e figurativas e
desde então vem passando por algum tipo de resistência, pois a humanidade foi
inventando e se apropriando das tecnologias e isso vem acarretando mudanças no
cotidiano dos indivíduos, uma vez que todo avanço tecnológico é criado para
facilitar a realização das práticas diárias dando origem a novas possibilidades
de ações.
É incontestável que
todas as mudanças na tecnologia de suporte e a popularização do uso da escrita
também se devem às mudanças que ocorreram nas normas linguísticas, as quais
foram adequando de forma cada vez mais eficiente a linguagem às possibilidades
e limites dos novos meios de comunicação.
Desse modo, tendo a
escola a função de aprimorar o educando como pessoa humana, incluindo a
formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento
crítico (LDB 9394/96 –Art.35, inciso III), a ferramenta tecnológica se tornou
um instrumento importante no contexto escolar, quando articulada a uma prática
formativa que leva em conta os saberes trazidos pelo aprendiz, procurando
juntá-los aos conhecimentos escolares.
Nesta perspectiva a
cultura da imposição, arraigada nas práticas de ensino tradicionais, dificulta a
inserção da tecnologia em salas de aula criando uma barreira nas aprendizagens
das novas tecnologias cominucacionais. Na verdade, a inserção das TICs no
ambiente educacional, depende da formação do professor em uma perspectiva que
procure desenvolver uma proposta que permita transformar o processo de ensino
em algo dinâmico e desafiador com o suporte das tecnologias. Não se trata
apenas de adaptar o modelo da escola tradicional aos novos equipamentos.
Um questionário
aplicado a alunos da 7ª série/8° ano de uma escola estadual comprova o quanto a
tecnologia está presente na vida dos adolescentes e precisa ser explorada no
âmbito educacional. Propositalmente a pesquisa foi realizada em uma sala cujos
alunos possuem um poder aquisitivo menor e surpreendentemente dos 22 jovens que
responderam ao questionário, apenas três não possuem aparelho celular. A
maioria deles possui computador em casa, embora poucos tenham acesso à
internet.
Todos os alunos que
responderam ao questionário disseram que usam a internet para realizarem pesquisas
escolares. As redes sociais, as ferramentas de busca e o MSN foram os itens que
ficaram em segundo lugar. Esses resultados revelam que embora nem todos possuam
computador em casa e dos que possuem a maioria não tem acesso à internet, além
da cidade não possuir lan houses, todos os discentes tem acesso à tecnologia
digital e a internet, sendo que os meios mais comuns de utilizarem o computador
e/ou a internet é em uma sala na biblioteca municipal e na SAI da escola.
O ensino, atualmente,
está voltado para a realidade prática, que enfatiza sobretudo textos que
circulam na vida cotidiana dos indivíduos envolvidos no processo. Em uma sala
como a que foi aplicada o questionário seria possível desenvolver um trabalho de
pesquisa com propagandas veiculadas na internet, explorando textos
prescritivo/injuntivos que faz parte do conteúdo programático para a série,
além de trabalhar com os verbos no modo imperativo.
Analisar as propagandas
disponibilizadas na internet possibilita, ao aluno, um olhar mais amplo a
respeito dos recursos semióticos que contemplam este tipo de texto, a
compreensão dos objetivos das propagandas fica mais perceptível, entre outras
características. Além disso, no computador os alunos podem criar suas próprias
propagandas utilizando recursos digitais e semióticos o que facilita para o
estudante entender a estrutura desse gênero.
A internet, de modo
geral, possibilita o trabalho com gêneros digitais (chat, blog, home Page,
fórum de discussão, hipertexto, correio eletrônico, hipermídia) proporcionando
um caminho amplo na exploração da oralidade e da escrita desenvolvendo a
linguagem em diferentes situações de interação.
De acordo com a OCNEM
(2008, p.28) “a abordagem do letramento deve considerar as práticas de linguagem
que envolve a palavra escrita e/ou diferentes sistemas semióticos- seja em
contextos escolares seja em contextos não escolares- prevendo assim, diferentes
níveis e tipos de habilidades, bem, como diferentes formas de interação e,
consequentemente, pressupondo as implicações ideológicas daí decorrentes”.
Cabe aos docentes
trabalhar valores e ampliar a visão entre o certo e o errado, o adequado e o
inadequado para que os alunos interajam com a mídia de forma crítica e com a
precaução de não ser dominado por ela. È preciso tornar o discente capaz de
aprender buscar, classificar e selecionar informações, desenvolvendo
competências e habilidades a partir da tecnologia fundamentando seu
conhecimento acadêmico, não simplesmente um trabalho, mas no seu cotidiano
escolar e social.
Referências
Bibliográficas
BRAGA. D; BUZATO.M. Multiletramentos, linguagens e mídias.
Tecnologias e práticas comunicativas/ Processos de naturalização das
tecnologias: o caso da escrita alfabética. Campinas, SP: UNICAMP, 2012. Material
digital para AVA do curso de Especialização em Língua Portuguesa
REDEFOR/UNICAMP.
Disponívelem<https://autoria.ggte.unicamp.br/unicampredefor/pages/public/main.jsf
> Acesso em 16/04/12.
BRAGA. D; BUZATO.M. Multiletramentos, linguagens e mídias.
Tecnologias e práticas comunicativas/ Das paredes das cavernas ao monitor.
Campinas, SP: UNICAMP, 2012. Material digital para AVA do curso de
Especialização em Língua Portuguesa REDEFOR/UNICAMP.
Disponívelem<https://autoria.ggte.unicamp.br/unicampredefor/pages/public/main.jsf
> Acesso em 23/04/12.
BRASIL. Orientações Curriculares
Nacionais para o Ensino Médio -
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Brasília, DF: MEC/SEB, 2006.
BRASIL.
República Federativa do Brasil. Lei n°
9.394: Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília,
1996.
Olá Flaviana, seja bem vinda no mundo dos blogueiros!!! Parabéns pela iniciativa
ResponderExcluirProfessor Alexandre